domingo, setembro 24, 2006



Son iguales los defectos
que hoy me tiras en la cara
y al principio eran perfectos...
(Ricardo Arjona, cantor)

Cão engarrafado

Vale à pena ver o filme Vinícius, uma espécie de documentário q conta a vida de Vinícius de Moraes e traz depoimentos de Ferreira Gullar, Antonio Candido, Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, entre outros. Fiquei sem saber se Vinícius era feliz, ou se preferia viver, como ele mesmo disse. Uma vida de intensos amores e vícios: bebida e mulheres. Casou-se 9 vezes, e não encontrou o q procurava: o amor eterno. Além de evocar o amor em suas poesias e canções (amo "Soneto da Fidelidade"!) ele ainda tinha bom humor. É claro q eu gostei bastante de uma frase dele q aparece no filme sobre a bebida, né? Aí vai, mais ou menos assim (ele era 'fã' de uísque):

Alguém ja fez uma grande amizade em uma leiteria? O uísque é o melhor amigo do homem. O uísque é o cão engarrafado.

terça-feira, setembro 19, 2006

Um colóquio doidão!

Não, não, só eu e Julia mesmo. Segue um texto q eu e essa caloura maluca fizemos de um papo cabeça entre o compositor alemão corno Robert Schumann e o filósofo metódico Imannuel Kant. O que não se faz por uma nota... Ah! Eu sou o Kant, e a louca o Schumann.

Nas dependências de Immanuel Kant, dá-se o seguinte diálogo:

Immanuel Kant: Meu caro Schumann tenho ouvido dizer que meu modo de viver, ou seja, o fato de eu ser metódico e minha obsessão pelo silêncio, estão atrapalhando meu convívio social. Creio, pois, que ‘os demais’ deveriam dedicar-se a esses momentos de pensamento, de reflexão, de silêncio externo para que fluam os diálogos internos. O barulho atinge em cheio as minhas faculdades gerais de ânimo, provocando-me uma "sensação de desprazer" que afeta gravemente minha "faculdade de juízo".

Robert Schumann: Ma très ami Kant, creio que a sua idéia de reflexão como um refúgio e elevação do espírito seja radiante, mas ao mesmo tempo apavorante para a minha inconstante alma pensante. Vejo o mundo e a sociedade a relacionar-se e creio, a cada dia que passa, que estamos em um momento crucial à beira de um colapso e chegar ao ápice deste é repetir a minha tentativa de saciar as minhas inconstâncias, atirando-me novamente à correnteza do grande rio que nos cerca com seu ritmo estonteante: o Reno.

Imannuel Kant: Não vejo que seja para tanto. Um homem precisa de seus (muitos) momentos de reflexão. A razão deve sobrelevar-se em relação aos sentimentos, e um homem só é razão pensando. E tendo silêncio. Entregar-se aos sentimentos, a pensamentos amorosos, às divagações do espírito sem razão não nos faz evoluir. Todos os dias, às 15h30min, quando levo meu cão para passear, vejo muitas pessoas que perdem seu tempo com mesmices da vida cotidiana, sem, no entanto, deixar-se levar pela maravilha do pensamento. Dessa maneira, atendo-se a fatos corriqueiros, pensam como você, meu caro amigo, em acabar com sua própria vida, ao invés de dar-se a chance de ser reconhecido por seus pensamentos.

Robert Schumann: Pois penso que, como meu caro amigo induz, eu realmente seria mais completo pensando no além racional que nos move. Porém, meus martírios passionais perseguem-me com uma força tal que não consigo dizer não a este tormento. Confesso-te que um questionamento cruel vem à tona a cada hora do dia que me vejo fora de minhas pautas, ultimamente estou compondo uma sinfonia que surtirão futuros comentários, espero que positivos. Mas como eu ia dizendo (...), uma dúvida marca o tempo da minha melancólica valsa cotidiana...

Immanuel Kant: Diga-me então, o que aflige esse seu coração romântico e irracional?

Robert Schumann: As inconstâncias irracionais que advém do meu suplício originam-se de uma cruel dúvida...

Immanuel Kant: Amigo compositor, todo este seu desespero não o levarão muito longe. A cabeça de um homem é seu maior bem. Não há outro meio de livrar-se de suas aflições que vencendo esses momentos irracionais e sendo mais prático.

Robert Schumann: Digníssimo filósofo, pois vou abrir-te o meu coração. Através de minhas divagações internas, cheguei a uma péssima conclusão matrimonial: estou sendo apunhalado pela minha adorada esposa e meu discípulo pianista, Brahms. Contento-me em não expor os pormenores da situação e concluir que estou sentindo-me indigno de viver e a composição é a minha salvação, agradeço sempre poder tocar e compor, mesmo tendo a consciência que até nisto, ela me supera.

Immanuel Kant: Ora essa, meu caro Schumann, bem sabes que divagações internas nunca provaram nada, muito menos levaram a conclusões concretas. O que você possui são suposições, e suposições não devem ser consideradas como fatos concretos e, portanto, existentes. Deixe estar e atenha-se ao trabalho de sua mente, a leituras e a conhecimentos científicos, que somente esses o levarão a algo concreto.

Robert Scumann: Tenho a consciência que minha mente não me apunhalaria também, pois já me bastam eles. Este seu empirismo é suficiente para as tuas necessidades intelectuais, mas não sustenta as minhas necessidades românticas de sensibilidade humana, musical e espiritual. Mesmo assim, agradeço as tuas considerações para comigo, creio que nós temos aprender através de nossas evidentes diferenças para continuar a evoluir.

Immanuel Kant: Schumann, Schumann, não vou dizer que tens “razão” no que dizes, pois esta lhe falta faz tempo (...). Desgraçadamente, não vislumbro um provier para nosso colóquio. Não temos as mesmas crenças e não devemos nos indispor.

Robert Schumann: Faço minhas as tuas considerações, digníssimo Kant. Deixemos esta pequena indisposição. Pode parecer humilhante para o meu ser pensante pedir conselho a um senhor pertencente ao mundo da pragmática para a área passional, mas o que eu devo fazer? Esclarecer o fato com eles ou não?

Immanuel Kant: Se meus conselhos te servem, tente aproximar-se um pouco mais da razão, não se deixe levar pela emoção e procure provas concretas para as tuas suspeitas. Só assim, teus motivos e ações parecerão justos e coerentes.

Robert Schumann: Tentarei guiar-me através de teus sábios e racionais conselhos amistosos. Se chegarei a algum lugar através destas reflexões não posso afirmar de antemão, porém creio que ocuparei minha mente com elas e quem sabe esquecer este infortúnio que, ultimamente, rege minhas horas sem chão. Agradeço teus conselhos de coração, se é que ele pode agradecer em lugar de minha mente, às vezes não muito racional.

Immanuel Kant: Siga-me e encontrarás a resposta para tuas aflições. Sorte em tua busca pela racionalidade. Continuaremos este amistoso colóquio em outra oportunidade, pois neste momento preciso retirar-me para levar meu cão ao seu passeio diário às 15h30min. Que encontres o que procuras!

Robert Schumann: Merci beacoup mon très ami! Bom passeio com o seu adorável cão, futuramente nos encontraremos e aprofundaremos essas e outras divagações entre o céu e o mar romântico, seja este passional ou racional. Auf Wiedersehen!

quinta-feira, setembro 14, 2006

Ainda respiro...

... Com alguma dificuldade mas respiro. Num dos pouquíssimos momentos de folga to aqui atualizando. Aulas e mais aulas. Tanto como aluna qto como professora. Mas não to reclamando não, é bom ocupar o tempo, a cabeça, evita os pensamentos bobos. Evita sofrer, chorar, pensar em quem não devo. To até fazendo inglês! Vou aproveitar o tempo e a idade, pois qdo ficar mais velha pretendo gozar desses esforços.
Ainda bem q ta chegando o finde e com ele um showzinho pra aliviar o estresse: Nenhum de Nós na Semana da Baleia Franca na Zimba. Uhu! Me aguardem!

segunda-feira, setembro 11, 2006

De passagem só pra não pensarem que eu morri. Já me recuperei da trilha, mas a vida continua corrida. Trabalhando muito e sem net na Zimba. Como se não bastasse hj começa o semestre 2006/2 na UFSC, ou seja, estudar e trabalhar pacas! Qdo der eu apareço...

terça-feira, setembro 05, 2006

Uia, pq ninguém me avisou q a trilha na Lagoinha do Leste era de matar? Nossa, to acabada! Fui ontem com uns cem alunos do CEFET e mais alguns profs. Dói tudo. Ai, ai. Essa minha vida sedentária me mata...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Três meninas elegantes...

... que depois que as aulas acabaram se encontravam nas quartas pra almoçar, fofocar, ouvir um som;
... que na sexta resolveram sair pra beber umas mas a fome era tanta, que acabaram atacando 'humildes' sanduíches regados a guaraná antártica e muito papo sobre literatura;
... que se encontraram no sábado (onde foi feita a foto acima) e riram um bocado com as filosofias de boteco que apareceram;
... que ainda vão aprontar e se divertir muito, quem sabe.

Marcia, Janete e Ana Beatriz.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Não me leve à mal

Não me leve à mal,
mas agora ta doendo.
Eu que já vivi isso tantas vezes,
deveria encarar como normal.
Mas é impressionante como isso
ainda mexe comigo.

Não me leve à mal,
mas hoje vou beber pra esquecer.
Eu que já bebi pra esquecer tantas vezes,
deveria saber que não adianta.
Mas é impressionante como
ainda acredito no poder ‘amnésico’ do álcool.

Não me leve à mal,
mas hoje um vazio toma conta de mim.
Eu que já senti solidão tantas vezes,
deveria aceitá-la mais uma vez.
Mas é impressionante como ela
ainda me invade e me surpreende.

Não me leve à mal,
mas agora tenho que parar e mudar tudo.
Eu que já me propus tantas vezes à mudança,
deveria saber que não vai ser fácil.
Mas é impressionante como cada novo dia
ainda me faz crer no melhor.

(Marcia Cardoso Canto – 01/09/06 – 11:38hs)

Ps: Enquanto escrevia esse texto, minha irmã ligou: “Marcia, tu que és meio poeta, escreve uma frase aí pra pôr numa faixa que os professores vão carregar junto com a bandeira do Brasil no dia do desfile”. Coincidência? Sim, ela existe!A frase? “Em nossas mãos está o futuro do Brasil: acreditamos na educação!” ou “Levamos o Brasil nos braços e pra frente através da educação”.
Agora que to de férias da UFSC, sem “leituras obrigatórias” retomei a leitura de O Evangelho Segundo Jesus Cristo de José Saramago. Ganhei no meu niver, comecei a ler e interrompi. Agora to com força total.Para mim que sou católica, tenho minhas crenças baseadas na minha religião, às vezes o livro soa um pouco estranho. Para alguém mais fervoroso, acredito que possa inclusive escandalizar. É um outro jeito de ver e contar a história. José Saramago é fascinante. Não dá vontade de largar o livro. Mas essa história em específico me causa um misto de estranhamento, descrença, nova possibilidade de interpretação da história bíblica que conhecemos. Enfim, como eu diria em outros tempos, é surreal.