terça-feira, setembro 19, 2006

Um colóquio doidão!

Não, não, só eu e Julia mesmo. Segue um texto q eu e essa caloura maluca fizemos de um papo cabeça entre o compositor alemão corno Robert Schumann e o filósofo metódico Imannuel Kant. O que não se faz por uma nota... Ah! Eu sou o Kant, e a louca o Schumann.

Nas dependências de Immanuel Kant, dá-se o seguinte diálogo:

Immanuel Kant: Meu caro Schumann tenho ouvido dizer que meu modo de viver, ou seja, o fato de eu ser metódico e minha obsessão pelo silêncio, estão atrapalhando meu convívio social. Creio, pois, que ‘os demais’ deveriam dedicar-se a esses momentos de pensamento, de reflexão, de silêncio externo para que fluam os diálogos internos. O barulho atinge em cheio as minhas faculdades gerais de ânimo, provocando-me uma "sensação de desprazer" que afeta gravemente minha "faculdade de juízo".

Robert Schumann: Ma très ami Kant, creio que a sua idéia de reflexão como um refúgio e elevação do espírito seja radiante, mas ao mesmo tempo apavorante para a minha inconstante alma pensante. Vejo o mundo e a sociedade a relacionar-se e creio, a cada dia que passa, que estamos em um momento crucial à beira de um colapso e chegar ao ápice deste é repetir a minha tentativa de saciar as minhas inconstâncias, atirando-me novamente à correnteza do grande rio que nos cerca com seu ritmo estonteante: o Reno.

Imannuel Kant: Não vejo que seja para tanto. Um homem precisa de seus (muitos) momentos de reflexão. A razão deve sobrelevar-se em relação aos sentimentos, e um homem só é razão pensando. E tendo silêncio. Entregar-se aos sentimentos, a pensamentos amorosos, às divagações do espírito sem razão não nos faz evoluir. Todos os dias, às 15h30min, quando levo meu cão para passear, vejo muitas pessoas que perdem seu tempo com mesmices da vida cotidiana, sem, no entanto, deixar-se levar pela maravilha do pensamento. Dessa maneira, atendo-se a fatos corriqueiros, pensam como você, meu caro amigo, em acabar com sua própria vida, ao invés de dar-se a chance de ser reconhecido por seus pensamentos.

Robert Schumann: Pois penso que, como meu caro amigo induz, eu realmente seria mais completo pensando no além racional que nos move. Porém, meus martírios passionais perseguem-me com uma força tal que não consigo dizer não a este tormento. Confesso-te que um questionamento cruel vem à tona a cada hora do dia que me vejo fora de minhas pautas, ultimamente estou compondo uma sinfonia que surtirão futuros comentários, espero que positivos. Mas como eu ia dizendo (...), uma dúvida marca o tempo da minha melancólica valsa cotidiana...

Immanuel Kant: Diga-me então, o que aflige esse seu coração romântico e irracional?

Robert Schumann: As inconstâncias irracionais que advém do meu suplício originam-se de uma cruel dúvida...

Immanuel Kant: Amigo compositor, todo este seu desespero não o levarão muito longe. A cabeça de um homem é seu maior bem. Não há outro meio de livrar-se de suas aflições que vencendo esses momentos irracionais e sendo mais prático.

Robert Schumann: Digníssimo filósofo, pois vou abrir-te o meu coração. Através de minhas divagações internas, cheguei a uma péssima conclusão matrimonial: estou sendo apunhalado pela minha adorada esposa e meu discípulo pianista, Brahms. Contento-me em não expor os pormenores da situação e concluir que estou sentindo-me indigno de viver e a composição é a minha salvação, agradeço sempre poder tocar e compor, mesmo tendo a consciência que até nisto, ela me supera.

Immanuel Kant: Ora essa, meu caro Schumann, bem sabes que divagações internas nunca provaram nada, muito menos levaram a conclusões concretas. O que você possui são suposições, e suposições não devem ser consideradas como fatos concretos e, portanto, existentes. Deixe estar e atenha-se ao trabalho de sua mente, a leituras e a conhecimentos científicos, que somente esses o levarão a algo concreto.

Robert Scumann: Tenho a consciência que minha mente não me apunhalaria também, pois já me bastam eles. Este seu empirismo é suficiente para as tuas necessidades intelectuais, mas não sustenta as minhas necessidades românticas de sensibilidade humana, musical e espiritual. Mesmo assim, agradeço as tuas considerações para comigo, creio que nós temos aprender através de nossas evidentes diferenças para continuar a evoluir.

Immanuel Kant: Schumann, Schumann, não vou dizer que tens “razão” no que dizes, pois esta lhe falta faz tempo (...). Desgraçadamente, não vislumbro um provier para nosso colóquio. Não temos as mesmas crenças e não devemos nos indispor.

Robert Schumann: Faço minhas as tuas considerações, digníssimo Kant. Deixemos esta pequena indisposição. Pode parecer humilhante para o meu ser pensante pedir conselho a um senhor pertencente ao mundo da pragmática para a área passional, mas o que eu devo fazer? Esclarecer o fato com eles ou não?

Immanuel Kant: Se meus conselhos te servem, tente aproximar-se um pouco mais da razão, não se deixe levar pela emoção e procure provas concretas para as tuas suspeitas. Só assim, teus motivos e ações parecerão justos e coerentes.

Robert Schumann: Tentarei guiar-me através de teus sábios e racionais conselhos amistosos. Se chegarei a algum lugar através destas reflexões não posso afirmar de antemão, porém creio que ocuparei minha mente com elas e quem sabe esquecer este infortúnio que, ultimamente, rege minhas horas sem chão. Agradeço teus conselhos de coração, se é que ele pode agradecer em lugar de minha mente, às vezes não muito racional.

Immanuel Kant: Siga-me e encontrarás a resposta para tuas aflições. Sorte em tua busca pela racionalidade. Continuaremos este amistoso colóquio em outra oportunidade, pois neste momento preciso retirar-me para levar meu cão ao seu passeio diário às 15h30min. Que encontres o que procuras!

Robert Schumann: Merci beacoup mon très ami! Bom passeio com o seu adorável cão, futuramente nos encontraremos e aprofundaremos essas e outras divagações entre o céu e o mar romântico, seja este passional ou racional. Auf Wiedersehen!

3 comentários:

Anônimo disse...

oie marcia
entendo q vc nao conseguiu ir no sabado passado
mas entao... vamus este sabado na festa ;....PP
eu sei q vai ser fabio jr... mas mesmo assim.. soh pra sair de casa...

to esperando sua resposta...

vamu curtir marcia...

boa semana [
bjs

Anônimo disse...

eu não sou louca!!! Só caloura...
e tenho dito!! B ainda :P

beijinhos vet! É nóis quebrando tudso pra tirar bnota boa...

"Vocês fizeram mesmo o trabalho? E essas conversas todas??" :PP

o.O

Anônimo disse...

E no final das contas, o que importa são os fatos. Nada além deles pode comprovar as tantas divagações de nossos pobres cérebros inquietos. Que merda! Seria tão bom se as coisas coisas fossem um pouquinho como imaginamos... Mas não completamente, afinal, frustrações são necessa´rias para o nosso crescimento. Nossa, que inspiração!