segunda-feira, março 30, 2009

Concerto para corpo e alma.
Rubem Alves
Compreendi que a vida não é uma sonata que,
para realizar sua beleza,
tem que ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrário,
de que a vida é um álbum de minissonatas.
Cada momento de beleza vivido e amado,
por efêmero que seja,
é uma experiência completa
que está destinada à eternidade.
Um único momento de beleza e de amor
justifica a vida inteira.

domingo, março 22, 2009

Significado...

... da oração de São João publicada no post "Dó Ré Mi Fá!"

Ó São João, purifica
os nossos lábios maculados
a fim de que possamos
celebrar, plenamente,
os teus feitos maravilhosos

sábado, março 21, 2009

Faltou...

... Uma parte importante no texto sobre a "Pequena Grande Mulher":
No ano em que minha mãe não pôde mais estudar, antes de saber disso, ela foi a pé de Imaruí, onde morava, até Imbituba para vender jabuticabas, pois precisava de dinheiro para comprar o material escolar. Comprou tudo e quando soube que a professora não daria mais aulas chorou muito, ficou muito decepcionada, mas depois pegou o material e passou o ano revisando o que tinha aprendido no ano anterior...
(Como minha mãe mesmo diria, 'é de cortar o coração')

quinta-feira, março 19, 2009

Dó Ré Mi Fá!

Quando eu estudava no ensino médio tinha um professor de artes muito bom. Além de professor ele era cantor e cantava nos fins de semana nos barzinhos da cidade. No nome ele já chamava atenção: Igor de Canto Perfeito. Isso não é nome artístico não, é o nome de batismo dele!
O Igor, como era de se esperar, levava umas músicas, falava da história da música e tal. Lembro dele levando aquela música "Meu coração/ não sei porquê/ bate feliz/ quando te vê" e dizendo pra uma parte da turma dizer "com calça" e "sem calça" depois de cada verso, o que nos divertíamos! Lembro também dele falando de onde tinha vindo o nome das notas musicais. Hoje cedo liguei a tv enquanto tomava café e tava passando o Telecurso, daí estavam falando das notas musicais e lembrei das minhas aulas.
O nome das notas vêm das iniciais dos versos de uma oração à São João que é assim:
Ut queant laxis
Resonare fibris
Miria gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Iohnnes
Ps 1: Ut é considerado Dó em latim.
Ps 2 : Há uns dois ou três anos ouvi uma voz familiar no shopping itaguaçu e vi o Igor tocando na praça de alimentação. Ele ta se saindo bem!

quarta-feira, março 18, 2009

Pequena-grande mulher!

É minha mãe, sabe? Um metro e meio de altura e um coração gigantesco. Sou a filha mais nova, como muitos sabem. Sou também a que mais liga, a que mais a visita (a ela e a meu pai) e a última a ter saído de casa. Talvez por esses motivos eu tenha digamos, um tratamento especial. E isso não acontece só quando vou lá sozinha, na frente dos meus irmãos ela também deixa escapar alguns excessos comigo. Eles brincam, ficam me 'zoando' ou demonstrando ciúmes, mas encaram numa boa.
Mas como eu ia dizendo, minha mãe é uma grande mulher.
Quando ficou grávida de mim já tinha 40 anos e ficou com um pouco de vergonha de ter um filho 'nessa idade'. Ela quase perdeu a vida para eu nascer, foi um procedimento de alto risco, que nem se usa mais atualmente: nasci de fórceps. Ela enfrentou tudo com muita coragem e apesar das dificuldades financeiras, me deu o que tinha de mais valioso: uma boa educação, princípios e valores, coisas que por mais que sejamos pobres, ninguém tira da gente. Me deu oportunidade para poder estudar, junto com meu pai bancou (financeira e emocionalmente) minha vinda para Floripa e sempre me apoiou nas minhas decisões, acreditando na educação que me deu.
Em um dos dias mais emocionantes das nossas vidas, a minha formatura da faculdade, ela estava lá, na primeira fila, chorando junto comigo, me olhando com orgulho e comemorando comigo essa vitória. Falando em educação, lembro da história educacional da minha mãe, que sempre que ela conta sinto um nó na garganta. Ela era uma ótima aluna, morava e trabalhava na roça e queria ser professora. Quando ela tinha 10 anos, a professora da região onde ela morava simplesmente se negou a continuar dando aulas porque eram poucos alunos. Meu avô não autorizou que ela fosse estudar na cidade e ela teve que ficar ajudando ele e nunca mais pode estudar. Ela fala disso com lágrimas nos olhos e eu sinto dentro de mim toda a dor que vejo neles.

Por isso ela valoriza tanto quando vê um filho se formando em alguma coisa.

Bom, mas não é só isso.

Minha mãe me paparica muito! Eu sempre tive um quarto na casa deles, mesmo depois que eu vim embora. Recentemente meus pais conseguiram construir sua primeira casa de alvenaria e adivinha: eu continuo tendo um quarto lá! Dia desses ela me liga pra reclamar que eu ainda não tinha ligado naquela semana e me diz que vai comprar uma cama maior para eu ficar mais confortável quando for para lá, acredita?
Sem contar todas aquelas comidas que eu adoro e que ela faz quando eu vou lá. Todos as horas que ficamos na varanda, sentadas em nossas cadeiras (sim, eu tenho uma cadeira na varanda!) conversando sobre como está minha vida, sobre as peripécias que ela e meu pai aprontam durante a semana e sobre o passado, me contando histórias antigas, felizes ou tristes.

Apesar da sua hipocondria (acho que é só pra chamar nossa atenção...) ela é um amor. Carinhosa a seu modo, dedicada, presente, ótima costureira, mãezona, amável e sempre disposta a ajudar. Minha mãe é incrível!

Tenho muito orgulho de tudo que ela passou para nos educar e por ter criado sete filhos com decência, caráter, respeito entre si e valores tão nobres.

Amo essa pequena-grande mulher”

Te olho nos olhos...

Te olho nos olhos e você reclama
Que te olho muito profundamente.
Desculpa,Tudo que vivi foi profundamente...
Eu te ensinei quem sou...E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,Guarda-me apenas uma fresta
.Eu que sempre fui livre,Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade...
De me inventar de novo.
Desculpa...se te olho profundamente,
Rente à pele...a ponto de ver seus ancestrais...Nos seus traços
.A ponto de ver a estrada...Muito antes dos seus passos
Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
te olhando profundamente.
(Ana Carolina)

sexta-feira, março 06, 2009

Não gosto que contem o fim da história, mas...

Por indicação da amiga Rebeca, segue o fim da história do mito grego "A caixa de Pandora", muito condizente com a atual situação:

(...) “Eu sou a Esperança”, disse a fada. E prosseguiu: “Você fez uma coisa terrível, Pandora! Libertou todos os males do mundo: egoísmo, crueldade, inveja, ciúme, ódio, intriga, ambição, desespero, tristeza, violência e todas as outras coisas que causam miséria e infelicidade. Zeus prendeu todos esses males nessa caixa e deu a você e a seu marido. Ele sabia que você iria, um dia, abrir essa caixa. Essa é a vingança de Zeus contra Prometeu e todos os homens, por terem roubado o fogo dos deuses!”Chorando copiosamente, Pandora disse: “Que coisa terrível eu fiz! Como poderemos pegar todos esses males e prendê-los novamente na caixa?”“Você nunca poderá fazer isso Pandora!” Respondeu tristemente a fada da Esperança. “Eles já estão todos espalhados pelo mundo e não podem mais ser presos!”“Mas há algo que pode ser feito: Zeus enviou-me também, junto com esses males, para dar esperança aos sofredores, e eu estarei sempre com eles, para lembrar-lhes que seu sofrimento é passageiro e que sempre haverá um novo amanhã !”

quinta-feira, março 05, 2009

Considerações

Por muitas vezes sentei diante do computador e da tela de postagens desse blog e digitei palavras de desânimo. Em algumas delas apaguei o post antes de colocar. Em outras me arrenpendi e tirei o texto no dia seguinte. Tenho estado muito amargurada nos últimos tempos. Definitivamente muitas coisas mexem comigo.
Essas amarguras envolvem não somente a minha desilusão atual com meu trabalho. Minha vida pessoal é a que mais sofre com minha inconstância. Minha vida pessoal É a própria inconstância. Eu sei que tenho muito a agradecer. Eu acredito sinceramente que talvez nem mereça tudo que tenho. Às vezes acho até que eu possa ter sorte (veja só!). Mas a verdade é que isso não me basta. Sempre fica um resquício de insatisfação, de "sentir falta de". Em determinados momentos, sinto falta até do que nunca tive. Isso me deixa angustiada. Me deixa doente. Me faz reavaliar o que me rodeia e as coisas sobre as quais eu 'acho' que tenho certo domínio.
Perco noites e noites de sono pensando: por que me apego tão fácil às pessoas? Elas sempre me abandonam! Por que não consigo relaxar e viver a minha relação amorosa do jeito que ela se apresenta a mim? Ele é a única pessoa que sempre esteve ali! Por que tenho que ficar sempre pondo defeito em algo que eu mesma estraguei? Por que me dedico tanto ao trabalho, sabendo que no fim vai ser a mesma coisa de sempre? Por que não relaxo e curto tudo? Queria relaxar... Juro que queria...
Eu sei que o texto tomou um rumo inesperado, sei que talvez um parágrafo não tenho conexão com o outro e sei que parece que to depressiva ou algo do tipo. Não é isso não. Apenas estou escrevendo o que estou sentindo nesse momento, essa necessidade constante de encontrar respostas e ao mesmo tempo meio que observando tudo do alto, sabe? Como se eu estivesse fora de toda essa situação. Tem coisas que não tem como mudar. E tem coisas que eu fico teimando e insistindo mas na real estão bem do jeito que estão. Estão no seu lugar certo, eu que não me contento com ela.
Essa insatisfação talvez não seja só minha. Vejo isso em muita gente. E parece que a atualidade 'leva' a gente pra isso. Vejo isso principalmente quando estou em algum momento de folga, quando tenho tempo sobrando. Eu tinha me acostumado a não ter tempo, e agora que tenho algum sobrando não sei o que fazer com ele. Não é espantoso? É por isso que penso tanto!
Depois de tudo que disse, cheguei a uma conclusão: Tenho que parar mais vezes pra cortar as unhas! E para me permitir, como já disse anteriormente. Tá na hora da calmaria, chega de tempestade! E chega de maus pensamentos.